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Mostrando postagens de agosto, 2003

Parte de Mim

Sinto pela parte de mim, que se dilui no tempo como nuvem que se perde na imensidão do céu... Sinto pelos amigos parte de mim que passeiam no shopping como simples colegas misturados no meio dos desconhecidos... Sinto pelas festas e passeios, parte de mim onde a música e a dança acontecem tão distantes que não mais ouço e nem vejo... Sinto pela parte de mim, que precisa morrer, mas insiste em viver, em doer, em me matar... (Fernanda Matos - agosto de 2003- Publicada em Versos e Tintas de Marilza rezende e Paulo Ri ckardo)

Triste e Sozinha

Fernand khnopff: "I Lock my Door upon Myself (Eu fecho a porta atrás de mim), 1981, Munique Pintura que tem o nome retirado de um poema "Who Shall Deliver Me" (Quem me livrará?), de Christina Georgina Rossetti Eu era uma menina curiosa do ser menino... Queria brincar de autorama, Mas meus irmãos me enganavam: “Você é menina! Vá brincar com suas bonecas!” E triste eu ia. E sozinha eu ficava. Persistente que sou, de novo aos meus irmãos perguntava: "Posso brincar de carrinho?” Enfim, meus irmãos responderam: “Tudo bem, pode brincar, já acabamos nossa brincadeira.” E triste eu ia. E Sozinha eu ficava. Eu era uma esposa curiosa do ser homem... Queria estudar, trabalhar e ganhar muito dinheiro, Mas meu amor me enganava: “Você é mulher! Traga sim dinheiro e Vá cuidar de nossa casa!” E triste não ia. E sozinha ficava. Persistente que sou, de novo ao meu amor dizia: “Não quero só eu cuidar da nossa casa!” Enfim, meu amor respondeu: “Tudo bem, não precisa cuidar da casa, já

Viver

Jean-Pierre Augier, Les Premiers Pas Ensinei meu filho O que meus pais me ensinaram: “Não grite! Não corra! Coma sem se sujar! Controle-se!” Quanta tolice! Aprendi a falar baixo, não correr e nem me sujar. O que não aprendi foi a me controlar! Quem disse que controle pode ser aprendido? Quem pensa que pode controlar? Só os deuses... Sei que ainda há tempo De me entregar, de me libertar e de deixar meu filho Viver! Fernanda Barros de Matos

A Última Dose

Uma noite dessas, Que o sono não me queria, Saí a caminhar... Fui a bares, boates, cafés... Fiz somente perguntar: “Que diabos é essa história de amar?” Todos diziam: “Amar é...” Nada me convencia, Minha dúvida me persiguia... Cansada, voltei para casa, E como a última dose da noite, Perguntei ao porteiro se ele sabia “O que é amar?” E simplesmente ouvi: “Amar é! O amor não se define, Simplesmente se vivi, se sente, se ama...” Fernanda Barros de Matos