Lá está você, Solto no chão, Diante de mim, Cansado de não, Como um velho pano de cetim. Eu me aproximo, Reparo tuas formas, teus traços, Teus cabelos grisalhos. Teu Corpo, Chama-me: Toca-me... Eu te toco, Acaricio tua pele macia. Sinto tua temperatura, tua energia, Teu clamor, teu glamour, teu calor, tua Chama. Toca-me... Eu te toco mais, Meus lábios Reconhecem os teus, O teu pescoço, o teu colo, o teu... Corpo inteiro. Chama-me. Toca-me. Eu entrelaço Minhas linhas nas tuas. Entre. Laço. Sinto novas tramas, novas chamas: Chamas-me: Toca-me... Eu te deformo, Levemente. Minhas formas Te in-formam, des-formam, formam: O Teu, a minha, a nossa mansa Transa. Toca-me... Toca-me mais, mais e mais... Cá está você, Solto no meu colchão, Diante de mim, Eu cansada de não, Te desejando SIM: TOCA-ME... Fernanda Barros de Matos Do livro “Danças do Cotidiano”