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Mostrando postagens de novembro, 2011

RESUMIDAS IMPRESSÕES: TERRITÓRIO DOS SONHOS

Adquiri esse livro num sebo, na sessão infanto-juvenil e até agora não sei classificá-lo, afinal, como leitora adulta, achei-o maravilhoso, emocionante, tocante mesmo. Em Território dos Sonhos , Roseana Murray narra histórias que parecem ser suas próprias lembranças, mesmo que nas mais variadas vestes das diferentes personagens.          Escrevendo de maneira recortada, a autora integra passado e presente, desejos e fatos, vozes e mais vozes, e como se ela me escutasse, eu uma leitora, ela descreve arquetipicamente os meus sentimentos e voz, assim, como acredito, o de quem a ler com a sensibilidade merecida.          Eu já desejei Uma Amiga Para Sempre , troquei com algumas, juras de amizade eterna que foram diluídas e transformadas no tempo, porque o tempo me transforma constantemente e a cada época, penso pertencer a uma certa tribo. E de tribo em tribo, caminho e vou me encontrando e desencontrando, ainda hoje, como numa combinação de busca de liberdade interna e amarras Atr

16 Minutos, Uma Questão de Vida ou Morte

Foi uma questão de não precisamente 16 minutos, a resolução pela vida que acompanhamos no sábado anterior a hoje. Era para compartilharmos um churrasco de casa nova, do nosso instrutor de hipismo, mas tão logo chegamos a sua hípica, deparamos com um cavalo adoentado, com cólicas. Para quem não sabe, cólicas em cavalo é mais desesperador do que em bebês humanos recém-nascidos. É claro que recordo das cansativas noites de cólica de meu filho bebê, dos choros quase inconsoláveis e da calmaria que alcançávamos, mãe e filho, com as massagens e abraços barriga a barriga nuas, a do meu bebê acolhida pela minha... que alívio era. Cólicas equinas são diferentes, aliás a veterinária nos ensinou: são mais de trezentos tipos e muitas podem ser fatais. Não entendemos totalmente o que ela disse com essa explicação, mas compreendemos perfeitamente o que significa a proximidade fatal. E, ao mesmo tempo que foi duro para mim e meu filho de onze anos, compartilharmos de momento tão sensível, f

Texturas:

Foto: Juquinha's photo Texturas: Textos inscritos Na pele. Histórias De vida. Ranhuras. Fernanda Matos

A morte é gelada. Quente é a vida.

Senti a morte na palma das minhas mãos. Ela é gelada. Mas não solitária. Um cavalo, ao chão, deitado com dor. Outros cavalos, acompanhando, em pé, o silêncio da luta. E nós... Nós o ajudando... Senti a morte gelada escorregando entre os meus dedos. E um cavalo lutando contra a dor. Por perto, um clima descrente. E bem mais perto, cuidadores cheios de fé. Ele, o cavalo, ajudando-se, levantou... Senti a morte gelada e sombria, indo embora pela noite fria. Um cavalo guerreiro. Expulsando seus lixos. Esquentando o sangue. E nós lhe creditando força, alívio e fé. Mãos humanas já nada precisavam fazer. O Cavalo, Lord, se despediu da morte e venceu. No outro dia, um novo dia. Uma reflexão: A esperança é um fio, um respiro, Entre o cético e o que confia. A morte gelada se esquenta com o calor do amor. O cavalo, bem, gramea, lentamente se recupera. Revive. E nós, com ele... Fernanda Matos

CABO DE ACELERADOR

               Outra noite de tempestade em Brasília. Até parece que o mar, inexistente nessa cidade do centro do país, foi parar invertidamente no céu. A chuva despenca lá de cima, e eu, mais uma vez no banco da frente do carona de um carro, longe, bem longe, a caminho de casa. Porém, um carro muito mais limpo, novo, chique, não meu (muito muito para as minhas necessidades) e sem apelidos e sem nenhuma história desaventureira para ser contada. O que confesso, ainda bem, porque hoje não gostaria de repetir o acontecido há vinte anos, com a minha mãe dirigindo e o meu filho tentando cochilar no banco de trás.        Mais ou menos nesse período, também numa noite de tempestade, saio do cinema, acompanhada do então namorado e do meu Tatatá... Tatatá, apelido que deram na universidade para meu Gol BX, velho de guerra, barulhento gol com motor de fusca. Velho de guerra mesmo. Tudo acontecia com o bichinho: tinha dias que a porta não abria, era preciso entrar pelo porta-malas; outras vezes a

Mania de Recomeçar

Muitas são as minhas manias. Mas essa em especial contém um par de qualidades exatamente opostas. Por um lado, parece criar uma nova oportunidade. Pelo lado reverso, parece deflagrar uma dificuldade em finalizar as coisas. Fazer o quê, se tenho essa mania de recomeçar... Um livro que comecei a ler ficou deixado na mesa de cabeceira, porque apareceu outro livro tão interessante quanto, aliás, surgiu também a revista, e ainda, o artigo que recebi pela internet, e mais, os comentários ”facebookeais”: oportunidades de novos conhecimentos... Mas é sempre tempo de recomeçar a ler aquele primeiro livro: finalizar alguma coisa... Um livro parece fácil na experimentação de tal ambiguidade. Já é o contrário quando se trata do corpo. Vivenciar o efeito sanfona não é nada leve. Estou de olho nas novidades de receitas saudáveis que possam variar meu cardápio alimentar. Entretanto, inserida na correria da vida, um arroz com ovo mexido e milho, tomate e maionese é um prato irresistível... I

Nossos Lixos Internos

Como tema nas escolas e na vida o  reciclar  é palavra de ordem. Que bom! Afinal, o lixo não orgânico que produzimos, não pode ser simplesmente depositado, a espera de anos e anos, para ser reintroduzindo na cadeia produtiva da natureza. Aliás cadeia, ou aprisionamento, que estaríamos nos enfiando, se não fosse a criatividade e a disponibilidade em aproveitar o lixo seco, sem vida, resultante de nossas atividades contemporâneas, consumistas e tecnológicas. E se a gente  reaproveitasse  essa onda de trabalhos de separação dos lixos para uma  reflexão  bem mais interior? Como uma metáfora... Como nas palavras da Tábua de Esmeralda de Hermes Trimestegisto, cantadas também por Jorge Ben Jour:  O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma coisa única ... E o que está fora (em cima) é o que está dentro (embaixo), tudo se transforma e tudo está unido... Quais seriam os seus sentimentos ou emoções considerados li
Como asas fechadas,   cansadas,   as mãos largadas   desejam o chão...   No corpo apoiadas,   aguardam outra visão... Fernanda Matos

Raízes

Raízes Num recinto redondo chamado Quilombo, Uma música toca seus instrumentos e meus sentimentos. Estou em pé, pés apoiados, braços ao longo do corpo alongados, Tronco ereto, coração aberto. Escuto-a inundando o salão, beijando as paredes, o teto e o chão. Sinto-a, atravessando-me como seiva, célula a célula, alimentando-me. As notas sobem pelos meus pés, passeiam pelos meus igarapés, Vaso-comunicando os poros da minha pele, eriçando os meus pelos, que a querem... Preenchida de vozes, percebo todos os solos, abro os meus olhos: Avisto no horizonte, o perto e o longe, a cintilar, outras árvores a dançar. Balançando, animando-me, seus braços e folhas, no ritmo, livres, outras escolhas. Equalizo-me com elas: meus galhos e minhas mãos transpassam as janelas, Minhas nítidas raízes mergulham pela terra, e a vida em nossas almas berra! O que parecia parado em mim, dança, ama e se enraíza no sim. Sou mãe e filha. Sou mulher e menina. Sou grande e pequenina. Sou dançarina. Danço com o vento qu
my way... as vezes não sei: titubiei, pensei que amei, desacreditei, parei... as vezes sei: andei, odiei, tropecei, arrisquei, ganhei: my way Fernanda Matos
A alta velocidade adiando a criatividade... é uma pena saber que isso acontece com nossas crianças e conosco... tudo porque dizem que é preciso aprender a viver sob pressão... eu caminho num ritmo mais lento, graças... e as vezes, ja me sinto correndo...   Ah se a vida caminhasse à cavalo... delicia... Fernanda Matos.