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Mostrando postagens de junho, 2012

Da Tua Agressão

Tua silenciosa e discreta vaidade Caminha encoberta na falsidade Da tua amizade, insinuada profunda, Escondedora de tua face imunda. Teu fitar dito seguro e otimista Convence qualquer um, a primeira vista, Da tua suposta força e boa vontade Vestidas de disponibilidade. Tua voz mansa e teu tom equilibrado Confundem o sincero e o desavisado, Da tua ambiguidade subliminar Coberta pela arrogância do amar. Teu afago, teu sorriso, tua doutrina Gritam a agressão atrás da tua cortina. Fernanda Matos – Soneto 3 – 21 junho 2012

Invisibilidade e Invasibilidade na Internet

Não há dúvidas que ampliar o processo de comunicação entre as pessoas é algo benéfico, que soma informações e cultura. Também, não duvido que poder realizar essas trocas de conhecimentos de maneira imediata,  on line , nutre a curiosidade que coça as mãos. Não posso negar a relevância dos meios tecnológicos que promovem o encontro com o outro e com o saber. E longe de mim, criticar os benefícios de tais possibilidades, apenas por criticar. No entanto, tudo na vida tem dois lados. Os jornais, revistas, blogs, sites, televisão alarmam aos cuidadores e clamam por proteção das crianças e jovens, para que elas usufruam apenas o que há de bom nessa nossa era tecnológica, evitando as várias formas de violências que podem ser geradas pelas redes do mundo da internet. Da pedofilia ao incentivo de grupos radicais de violência e guerra... dos modismos doentios e venerações corporais e sexuais distorcidas... de acontecimentos extremos que influenciam negativamente o desenvolvimento saudável do ser

Pó de Arroz

           Vejo a porta entreaberta do quarto de mamãe, e lá está ela, de vestido de noite, sentada em frente ao espelho em sua penteadeira, escovando suas longas, onduladas e escuras madeixas. Um ritual diário, noturno e preparador para suas saídas, para seu trabalho. Vejo, enquanto ela escova seus cabelos, seus olhos, fitando sonhos. Quais seriam os sonhos de mamãe? Uma bela casa, com um quarto lindo e enorme para ela? Com um quarto só para mim? Um marido? Mais filhos? Dinheiro, certamente. Um cachorrinho, talvez. Vejo seus olhos sonhando e depois acordando para uma outra realidade. Separa mechas para cá e para lá, um novo penteado está terminado. Mamãe se admira e se aceita, descansa a escova na penteadeira e alcança um vidro e um algodão. Joga o líquido no chumaço e o desliza pelo rosto, pescoço e colo. Vejo as trilhas do tempo na pele de mamãe. Na parte inferior da sua face direita, uma cicatriz que eu nunca soube como foi parar lá, e até hoje, não tive coragem de lhe perguntar. T