Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2010

Minhas Mãos

Minhas mãos doem, já falei, é verdade. Mas não pelos motivos que você julga. Minha alma é muito diferente da tua. Minhas mãos são muito mais delicadas que as tuas. Minhas mãos não servem para o trabalho pesado do concreto. Minhas obras são outras. Tem frases, tem palavras, tem pontuações. Tem Emoções! Estas são minhas razões! E dói, pelo excesso de incompreensões. Fernanda Barros de Matos. (Varal 25/389 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Partida

Vejo tuas costas distanciando. Você negou estar ao meu lado. Fico partida, dividida em duas. Minha parte feminina fica firme, um pouco cansada, confesso. Meu lado masculino se vai, desinteressado e impaciente, confessa. Confusão. Partida. Fui para integrar, mas terei ainda que esperar. Fernanda Barros de Matos (Varal 24/388 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Abraçando-te

Por que não quisestes ficar ao meu lado? Para que esta postura arrogante? Por que me sentes fraca? só porque não vejo o poder como tu... Por que a pressão precisa existir? Para te chamares de forte e a mim de criança? Por que me vês assim? Por que te vejo assim, sem amor, só mandos? Abraçando-te fui ao teu encontro. No desencontro, fostes, rejeitando-me... Fernanda Barros de Matos (Varal 23/387 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Os Meus Trilhos

Imagem oferecida pelo Grupo de Poesias Luna &Amigos Muitos são os meus trilhos: Engenheira, Psicoterapeuta, Jardineira, Dançaterapeuta, Escritora, Professora, Amazona. Todos estão conectados, eu sei. E não há um tempo linear que os organiza, Só um cordão umbilical, visceral, que os ativa! Eu: Deus e Deusa. Fernanda Barros de Matos (Varal 20/436 - Ano IX - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Em homenagem a Tania, Ogum, São Jorge.

Inspirada nas palavras trocadas com Amigo Hélio ( http://heliothompsonf.blogspot.com/2010/04/sao-jorge-mais-um-ano-fui-tomado-por.html#comments ) São Jorge "Mais um ano fui tomado por uma forte emoção. Quando no céu fogos iluminaram a noite, anunciando o seu dia que estava chegando. Como escrevo tudo o que me toca o coração, não poderia deixar de soltar os meus sentimentos, para fazer essa singela homenagem. Pois hoje, é dia de São Jorge." Helio Thompson E ainda inaugurando um novo espaço, A Sociedade do Baobá , (idéia advinda também na troca com Hélio, http://heliothompsonf.blogspot.com/2010/04/como-uma-arvore-nao-existe-solidao-o.html#comments ), Convido aos amigos poetas, aos que desejam sonetar (ao menos tentar), dentro daquela árvore, morada dos Orixás, um Soneto com três quartetos e um dístico, em decassílabos, na rima simples ABAB CDCD EFEF GG. E por fim, mas que na verdade é o início, em homenagem a minha mãe, Tania, aniversariante hoje, 23 de abril, dia de São Jorge,

Insegurança

Senhor Universo Eu vos rogo, imploro, Arranca dos meus olhos a inveja, Estanca do meu sangue a mágoa, Espanca do meu corpo a raiva, Alavanca do meu trabalho o ter, Liberta da insegurança o meu ser. Amém. Fernanda Barros de Matos (Varal 22/386 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Mãe

(Para minha mãe Tania) Desejo que você ocupe todo o teu espaço, Sem precisar controlar com mãos de aço, Entreguando-se ao verdadeiro abraço, Daquele Mãe-Pai, nosso grande laço, Que nunca te abandonou, que sempre te amou, E que me ensinou e ensina, a ter orgulho de Ser tua filha, Minha Mãe, da nossa família, a Rainha. Fernanda Barros de Matos (Varal 21/385 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Mentira

Estilo de vida, lavrada, natural. Passo horas deitada, descomprometida, no cafezal. De chita vestida, danço com a passarada, toda sensual. Espontaneamente no mato plantada, Rosa florida, nem meu espinho faz mal. Menina querida. Mulher amada. Amiga sentimental. Escrevo na tua pele amansada, ainda ferida, teu caminho espiritual. Tira a mentira e junto a ira da lida, aprisionada e material. Fernanda Barros de Matos (Varal 20/384 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Insinuar

Em si no ar livre, descomprometida, baila no salão, toda quase metida, esnoba sua paixão, pela vida. Fita novos olhos, e nada quase comedida, Dança para ele, insinuada... Em si nua dar. Fernanda Barros de Matos (Varal 19/383 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Crianças também se apaixonam!

- Titia, sabia que eu estou namorando o Fulaninho? - É mesmo minha querida, que bom! E como ele é? - Ele é legal e bonito. Não sei. Gosto dele. - E ele gosta de você, minha querida? - Não sei. - Ué, mais vocês não estão namorando? - Eu namoro ele, Tia, mas ele, eu não sei... Quanta entrega e despreendimento esta menina revela neste diálogo, em sua vivência! Simples conversa que expõe sentimentos verdadeiramente originais, pueris e incondicionais. Simples experiência do fundo de sua essência. Simples existência, viver, pulsar, apaixonar-se... Lembrei-me de quando, eu era a menina, de uns cinco anos, que gostava do meu vizinho, da mesma idade. Não sabia o porque gostava, não importava nem se ele gostava de mim... Quando o via, minha barriga dava um negocinho, sentia meu coração correr e eu tinha vontade de correr para brincar com ele. Quando não o via, pensava que estávamos juntos, somente juntos, não me lembro o que imaginava estar fazendo, só que estávamos perto um do outro. Gostei del

Anseios

Os meus desejos: Quero uma vila hípica. Morar com pessoas amigas, cães, corujas e cavalos, com crianças crescendo e adultos reaprendendo Liberdade, Espontaneidade, Naturalidade(que também quero) nas minhas profissões - psicóloga, escritora e amazonas - quero os recursos afetivos, espirituais e materiais: os meus medos. Desejos. Medos. Os meus anseios... Fernanda Barros de Matos (Varal 19/435 - Ano IX - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

"Eu Voltarei", Cora Coralina

Em homenagem ao meu amigo Geovane, um homem corajoso, trabalhodor, que gosta de árvores e junto a sua esposa, tem plantado para os seus filhos, vasta decendência que ama a terra e mais ainda os céus.... Fernanda. "Meu companheiro de vida será um homem corajoso de trabalho, servidor do próximo, honesto e simples, de pensamentos limpos. Seremos padeiros e teremos padarias. Muitos filhos à nossa volta. Cada nascer de um filho será marcado com o plantio de uma árvore simbólica. A árvore de Paulo, a árvore de Manoel, a árvore de Ruth, a árvore de Roseta. Seremos alegres e estaremos sempre a cantar. Nossas panificadoras terão feixes de trigo enfeitando suas portas, teremos uma fazenda e um Horto Florestal. Plantaremos o mogno, o jacarandá, o pau-ferro, o pau-brasil, a aroeira, o cedro. Plantarei árvores para as gerações futuras. Meus filhos plantarão o trigo e o milho, e serão padeiros. Terão moinhos e serrarias e panificadoras. Deixarei no mundo uma vasta descendência de homens e mulhe

Todos os Cavalos

E Cora continua em mim... lentamente... profundamente. Ontem montei um outro cavalo. Cada aula tenho trocado de cavalo. E cada aula vou aprendendo em mim algo de cada um deles, de todos eles: Juanita. Grande, branca e dócil. Mãezona, carinhosa, jeitosa. De dorso largo, de largo colo, coração de todos. Morreu. Eu adoeci. Melhorei. Amor incondicional. Milênio. Grande, pomposo e arredio. Até hoje não sei se é teimoso ou persistente. De pulos grandes, saltou algumas fases da vida. Pulou e correu. Eu cai. Afastei-me. Ele adoeceu. Dor e medo. Bandolin. Grande, marrom e macio. Disputado e querido por outras Fernanda´s. Discreta e silenciosamente temperamental. Foi segurado pela outra. Eu segui (em busca de segurança) para outro. "Re-Confiança." Thor. Cavalo malhado, marrom e branco. Bonito e fino. Novo menino. Não sabe muito o que fazer, Eu não soube muito fazer. Indiferença. Dona. Linda, negra, grande Dama. Gostosa, habilidosa e Mandona. Pula quando quer e não pula quando não quer.

Respiro

Fôlego (por J.) "O ar que me entra pelas narinas comprime-me os pulmões: não me deixa respirar." http://juocaribe.blogspot.com/2010/04/folego.html O ar frio parece congelar-me e a tudo por dentro... Congela minha angústia, que finge parar de pulsar. Finge, porque ela permanece por lá, no meio dos meus seios, como pedra lembradora, das dores... Sinto toda a dor de ser pedra... E só me resta: respirar. Meu respiro me dói, E a dor me convida para outro Respiro, Mais solitário, mais lento e mais profundo. E sigo respirando, esquentando e descongelando... A angústia volta a pulsar, agora, com o calor do meu Respiro. Fernanda Barros de Matos

Liberdade

Você reclama que lhe falta Liberdade... Você fica  naquela cama que falta conjugalidade. Você não sai daquela  lama por falta de continuidade. Você cada vez mais se aprisiona não por falta de realidade. Você não vai para quem ama por falta de maturidade. Você fica no teu triste drama que falta identidade. Você se ama? Cadê sua individualidade? Fernanda Barros de Matos (Varal 18/382 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Egocêntrica

Maqueia teu rosto, Mostra tua vaidade, E sem piedade, Esbanja teu posto. Ostenta teu gosto, O da tal raridade... Revela tua cara egocêntrica! Fernanda Barros de Matos (Varal 18/434 - Ano IX - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Paixão

Em homenagem ao meu amigo Nelson. Cabelos brancos brilhosos, Bonitos, compridos, bem tratados, combinados, Com a camisa, bata simples, branca, linda, Lindo sorriso, de quem agradece, orgulhoso e tímido, e talvez, cansado, aliviado e amado. Tudo chama-me, minha atenção, Parece-me que lhe voltou a pulsar, a brilhar, a Paixão! Das frias janelas espelhadas, que cobrem frias edificações modernas, que cobrem os frios modernos executivos de lá de dendro, que encobrem... Vi reflexos de cores, menos frias e mais quentes. Talvez, novas formas, novas histórias, novas visões. Tudo chama-me, minha tensão Parece-me que lhe voltou a pulsar, a fotografar, a Paixão! E como taça de cristal vazia saio De onde mal cheguei, atrasada, não vi nada... Talvez porque sairia mais apaixonada, pela arte, pela poesia, pela palavra ainda em mim calada. Volto para casa, com o gosto do vinho que ainda beberei, e com o pouco ou tudo que avistei: Parece-me que lhe voltou a pulsar, a declamar, a Paixão! Que "bão&quo

Segredo

Segredo (meu trabalho): A Fonética dos meus pacientes. A Dialética dos inconscientes. A Ética dos conscientes. Segredo (minha criação): Um ponto em forma de flor. Lembranças de vó, de lã e de cor, Momentos de amor. Segredo (minha vida): Alto, elegante, macio e frondoso. Diante de delicadas mãos, fecha os olhos, manhoso. Parece, mas não é preguiçoso. Gosta de abraço, carinhoso. Não gosta, mas tenta seguir a ordem do chicote abominoso E só em alguns momentos se faz revoltoso, Porque no fundo, é respeitoso. Porque na essência, é desejoso De companhia de outro ser aventuroso, Cavalo "bonitoso", Seu segredo: entrega-se a quem lhe é amoroso! Fernanda Barros de matos

Páscoa

Caminha nos caminhos, Na certeza de que eles são teus. Na busca da clareza em meio aos breus, Construindo ninhos, sobrados, de Barros, exemplos que a natureza lhe ofereceu. Vivendo, Morrendo e Renascendo todos os dias, Porque todos os dias é Páscoa, para quem já sofreu e entendeu! Fernanda Barros de Matos (Varal 17/381 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Abraço

Sinto teus braços frouxamente em mim, e antes de você ir, uns três tapinhas assim. Isso não é nada para mim. Abraço de verdade, é quando nos sinto envolvidos, entregues naquela amorosidade, Onde descansamos e realinhamos nossos ouvidos. Fernanda Barros de Matos (Varal 16/380 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Circo

Fantasio: Deveria eu tudo largar, Meu filho pegar e num circo morar, De cidade em cidade, visitar. Com os bichos, na simplicidade, amar. Caio na real: Já larguei o mundo enlatado, sou simples. Sou trapezista com meu filho, no consultório, nas palavras e nos cavalos, Na corda bamba da vida, passos os dias tentando me equilibrar! Fernanda Barros de Matos (Varal 15/379 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Outono

Sinto aquelas noites chegando, Meu humor vai se modificando... Meu silêncio, pedra preciosa, Petrifica-se diante do masculino, Rejeita-o com baixa voz. E sem ela, deseja dele, colo. A carência, a nostalgia e a despedida estacionam, no outono em meu útero a menstruar... Fernanda Barros de Matos (Varal 14/378 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Tropecei

Desta vez não Tropecei, Definitivamente Separei, a minha história da tua, a minha mulher interna da tua. Te encontrei, Te admirei e esclarecidamente sei, Você não poderia ser meu e nem eu, tua. Fernanda Barros de Matos (Varal 17/433 - Ano IX - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Serenata

Romantismo saiu de moda, que pena... Já ganhei bombons, dos baratos aos godiva... Já ganhei flores colhidas e compradas, coloridas e perfumadas... Já ganhei bilhetes no carro, no caderno, na cama e no blog... Já ganhei roupas íntimas, delicadas e provocantes... Já ganhei jóias, imitações e verdadeiras esmeraldas... Hoje, nada mais ganho, nem mesmo uma serenata... Fernanda Barros de Matos (Varal 13/377 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Mulher

Quando eu era pequenina, última filha, única menina, Eu dizia: ser menino, eu queria! Eles podem dormir mais tarde, ganhar mais mesada e fazer xixi em qualquer parte! Mas quando engravidei, pari e amamentei, Em Mulher, verdadeiramente me transformei: Ainda durmo mais cedo (que bom), ainda ganho menos dinheiro (que ruim), Mas posso fazer xixi em qualquer parte, que eu escolher, Sem frescuras e sem CENSURAS. Fernanda Barros de Matos (Varal 12/376 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)

Quarta-Feira de Cinzas

Quarta-feira de cinzas, fim do carnaval, ressaca carnal, começo do espiritual... Para os cristãos, são quarentas dias para pensar... Para os cidadãos, início de um ano a trabalhar... Para os pagãos, é só mais uma quarta, dia de mercuriar... Fernanda Barros de Matos (Varal 11/375 - Ano VIII - Exrecício do Grupo de Poesias Luna &Amigos; 7 linhas, 7 versos;)