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Mostrando postagens de outubro, 2008

Uma conversa no pé da Árvore

Olá. Posso me aproximar? Você me atrai. Quero lhe conhecer. Quero lhe sentir. Você parece forte. É grossa e grande; Você parece áspera. Pode me arranhar... Posso lhe tocar? Com cuidado não nos machuco. Sinto sua firmeza. Toco seus detalhes, suas reentrâncias: são frágeis. Preciso ser mais delicada, minhas mãos se fazem leves. Meu rosto leve toca você. Olhando bem perto, suas marcas parecem meu nariz. Encosto meu nariz. Com ele sinto seu cheiro, respiro, há respiração na sua grossa casca. Recosto meu rosto no lado seu, lado que o sol lhe toca: Calor. Muito calor. Mais calor ainda. O sol não lhe queima? Ponho meu rosto no seu outro lado, lado lambido pelo frescor da sombra de sua própria grandeza. Lenimento. A sombra nos acalma. Posso lhe abraçar? Você parece sozinha e presa. Nosso abraço me acolhe. Sinto-me acompanhada. Pés juntos. Meus pés querem escorregar para dentro da terra. Sinto os seus pés-raízes entrelaçando os meus. Os seus, lentamente, abrem caminhos e caminham para frente e