Ver você (é): tão prazerozo. Falar com você (é): tão curioso. Escutar você (é): tão talentoso. Algumas vezes não sei o que escuto, Outras vezes não quero entender o que escuto, Porque nessas vezes, no fundo, eu sei o que escuto: eu falhei. Erro porque desaprendi a ser livre, porque repito o que me ‘desensinaram’... Erro porque fui mandada demais, porque fui obediente demais.. Erro porque entendi que um dia é dia de obedecer, porque noutro dia é dia de mandar... Erro porque sou humana, porque sou desumana... Algumas vezes eu sei o que escuto, Outras vezes não sei o que fazer com o que escuto, Porque nessas vezes, no fundo, eu não sei o que escuto: eu falhei? Ver a mim, não tão prazerosa. Falar comigo, não tão curiosa. Escutar a mim, não tão talentosa. Escrevo estas palavras para meu filho. Como é difícil quebrar em mim o vício cultural do mandar, como é custoso verdadeiramente escutar a mim, a ele e as crianças. Eu tento escutar cada vez mais. E isso eu lhes desejo. Anseio que as crianç