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Mostrando postagens de julho, 2009

Encontro de Dançaterapia

Tenho sonhado muito com tudo que a gente viveu. Sonhos misturados com várias outras recordações: são muitos sonhos do passado que movimentam as minhas noites e sei que assim será por um tempo. Segunda-feira, eu menstruei, Adentrei o Tempo da Lua, Adentrei o Tempo da Nua Experiência de mim mesma, Enquanto Mulher, Enquanto o que sinto que sou. Segunda-feira, eu mesntruei, sem pensar e lembrar que o faria, meu sangue me veio totalmente, com a tranquila surpresa de quem não precisa anunciar dores para chegar e estar e ser, simplesmente. Percebo o quanto há mistérios para serem revelados ou apenas sentidos. Percebo o quanto meus sentidos estão mais abertos: Sinto mais fortemente cheiros, acordo com a certeza de que estes dias minha casa se encheu de mais passarinhos, pois ouço mais cantorias (na verdade as percebo mais). Sinto com mais calma a textura leve e pueril da pele de meu filho, o frescor agradável da pele de seus braços, pescoço e rosto. Sinto as pontas dos dedos dele fazendo peque
Eu sou poeta, a neta, desconhecida... Andei de profissão em profissão; caminhei por obras, clínicas e montanhas; atravessei só riachos, desconheço os pantanais; vencerei, no final, todas as distâncias, com o mesmo heroísmo-palavra-lirismo da minha tribo, meu avô forte e guerreiro... A desilusão é minha amiga e meu consolo. Trago comigo o grito aterrorizante de meu povo, avô, oprimido, dentro de mim mesma... A coragem do desconhecido homem de minha terra lateja em mim, palpita no meu sangue, sangue do meu sangue, e vibra, escreve, em todo o meu ser. A vida curta dele me embriaga, A vida finda dele me aborrece... Trago comigo todas as lendas de vovô. A grandeza de minha raça fala nos meus seis sentidos, dança no meu círculo vicioso de perguntas-respostas e emoções e canta também nos meus versos. A felicidade de mim mulher me alude... Trago comigo, à minha alma ainda presa, a insistente esperança da vitória. A bondade de Susylene fulgura, cintilante, nos seus feitos, dele, meu avô e dela,
Um dia, cansado de ler os livros que inutilizam a minha estante, procurei o livro da vida... Achei-o, pedaços aqui, pedaços ali, na grande gaveta do Mundo. O livro da vida é um livro velho, sem capa, sujo, maltratado. Primeira parte fala sobre a Infância. Que leitura boa! Quantas palavras bonitas! Quantas frases meigas, carinhosas! Quanta alegria! Depois abro a segunda parte que fala sobre a mocidade. Que linguagem colorida! Ela fala do amor, do sonho, da ilusão. Fala da fé, do entusiasmo. Fala também de uma porção de coisas bonitas. Como é tarde, minha avó pede para que eu me deite... mas, sofro de insônia, e como estou com vontade de terminar a leitura do livro da vida, não vou dormir. Descanso também um pouco, olho a lua com meiguice e recito os mais lindos versos que sei de cor e salteado, as estrelas. Terceira parte fala sobre a velhice. Não gosto muito. Antes tivesse ouvido a minha avó, antes não tivesse continuado a leitura. Quanta desilusão! Ah! Por que fui imprudente?... Que t

Em defesa, em nossa defesa...

  Lobivar Matos (1915 -1947) Para Susylene Dias de Araújo... Uma muito mais que leitora de meu avô. Como a sincronicidade da vida é um fato! Nesta terça em busca de conhecer mais sobre o meu avô, senti a sua ausência, a dele e a sua, Susylene. Fui atrás do seu email, já que no céu não há correio, nós duas nos comunicamos e nós dois também. Redescubro que você está no auge do apresentar toda a sua pesquisa, a minha também, sobre o meu avô. Sobre o meu avô: Até três anos atrás, tinha um livro de recortes e três de poesias, a lembrança de uma foto, de um bigode ralo e um chapéu branco, dentro meu avô. Há três anos atrás, tive nosso primeiro contato, Susylene, um monte de novidades e mais contos de vovô. Talvez você não consiga mensurar o que isso me significa, pois para você, Lobivar Matos foi um poeta com tais e tais características... Mas para mim, Lobivar Matos é o nome do meu pai e de um avô que não brincou comigo, que não me contou causos e nem me deu conselhos... Hoje, ao me indagar