“... a criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa espécie de quarentena, antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi a escola, o colégio. Começou então um longo processo de enclausuramento das crianças (como dos loucos, dos pobres e das prostitutas) que se estenderia até nossos dias, e ao qual se dá o nome de escolarização.” ( Philippe Ariès, História Social da Criança e da Família) Triste começo de nossas escolas... Aliás, triste começo da conceituação do ser criança. Somente há uns cinco séculos, a criança deixou de ser vista como um ser incapaz. Na referência dos adultos, as crianças do século XVII eram paparicadas apenas nos seus primeiros aninhos (um paparicar, que na realidade, assemelhava-se à promoção de uma sobrevivência mais física do que afetiva), depois eram soltas no mundo à própria sorte, passando a serem vistas como adultos inábeis que poderiam vir a ser ou não bons adultos. A criança não era. Poderia ser... E para que elas atrapalhassem menos os ad