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Mostrando postagens de maio, 2012

Pangaré-PumZé

Nascido há sete anos, Sem ter sido batizado, Teve um duro cotidiano, Nas ruas onde foi abandonado. Sem escolha de uma boa moradia, Mesmo entre as pedras-apartamentos, Entre os homens-covardia, Insistiu em se manter nos bons sentimentos. De ruas em pedregulhos, De árvores urbanas à pedaços de mato, Seguia firme em seu orgulho, Sobrevivendo esperançoso e até grato. Às vezes dava moleza, E acabava sendo laçado. Nesses momentos sentia muita tristeza, Das maldades do mundo, dos trabalhos mais que pesados. Entre os bicos dos catadores de papel, E a sabedoria visceralmente adquirida, Fugia como um rápido e brilhoso corcel, E com a alma cada vez mais enriquecida. Mas teve um dia, que tudo foi diferente, Encontrou um menino como ele, sujo e sem algemas, Selvagem e Irreverente, Refém e fugitivo do infeliz mal-civilizado sistema. Menino também nascido há 7 anos, Batizado por Zé, Nas ruas do interior alagoano, Aonde foi largado a própria sorte e fé. Zé, de mão em mão, Foi crescendo catador e escra

Louco Sonho Louca

Sonhei com um Homem Que nunca vi. Mas no louco sonho, Vi há trinta anos. Sonhei com um homem Que sempre desejei. Mas só no sonho, Louca, acreditei existir. Sonhei com um homem Que era apenas um amigo. Mas no sonho, Meu antigo e cúmplice louco amor-cupido. Sonhei com o Homem, louco, Buscando comigo, louca, Um caminho. Um cantinho. Encontramos. Um louco açougue aberto, Uma música maravilhosa, Uma bancada. Ele recostou as costas dele, Puxou-me pelo pescoço, Segurando-me por baixo de meus cabelos, Encarou-me e me beijou, loucamente. Eu, louca, Abri meus olhos. Acordei, louca da vida, E o reconheci, sonho louco: Ives, que nunca vi. Fernanda Matos Exercício de Poesia no 6 - 01/05/2012