Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2019
Quase cega deslizo Pelas pistas do meu sonho. Vejo apenas vultos, Temo, temo e lembro Das lembranças da infância: Os traços que tanto desenhei, As palavras que não rimei, Apenas escrevi, confiei. Quero pisar no palco dos aplausos, Mais de uma vez, para em teus olhos me certificar, De que meus olhos vêem que nada é em vão... Fernanda Matos
Um dia, dançando com algumas pessoas, recomendaram-me: “Vamos dançando ler o Livro da Vida.” O Livro da vida é um livro velho, com capa dura, antiga, verde escura misteriosa, de folhas marcadas pelo tempo, amareladas, finas, sensíveis, de seda leve, que revela... O Livro da Vida, suspenso no ar a minha frente, resolvi abri-lo ao acaso. Minhas trêmulas mãos abriram mais ou menos a um quarto do início do Livro. Nossa, quanta alegria! Mas o que é isso? Transformada logo em tristeza! Quanto abandono, do outro e de mim mesma! Quantas palavras difíceis! Palavras horríveis! Que frases feias! Meus joelhos trêmulos me jogam ao chão. Quanto cansaço! Fecho o livro em desespero, em desilusão. Fecho os olhos. Quanta cegueira! Não posso acreditar que um livro de capa tão linda e folhas tão leves carreguem tanto peso. Me entristeço. Derramada ao vão, abro os olhos, vejo pessoas dançando Livros da Vida com suavidade, semblante de amorosidade, até parecendo felicidade. Inspiradora visão para minha soli

Carmim

Descansa no sofá da sala, Fatigado de tantas quedas, Aterrorizado de tantas guerras, Temente de bengala: Cochila o amor, De mim. Titila o corpo derreado, Palpita no pé do ouvido, Instiga o maldito, Tenente de senzala: Cochicha a dor, Para mim. Inseticídio de muitos, Opressão de dons, Produção de batons, Querente de opala: Cochinilha sangra cor, Carmim. Fernanda Matos Exercício de Poesia no 11 – Carmim – 03/09/2012